Eu.... um sonhador que ao mesmo tempo é um questionador

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Um cara! Normal? Não sei... acho que não! rsrsrs

sábado, 23 de abril de 2011

Uma semana longe de casa... até que estou aguentando bem, não é? Mais ou menos... é isso que eu tenho demonstrado aqui, mas por dentro, eu já estaria em casa muito tempo. Sabe, eu gosto de viajar, mas ficar muito tempo longe, eu não consigo. Por mais que tudo esteja muito bom, acaba se tornando chato. Mesmo assim eu tento procurar maneiras pra esquecer um pouco a minha casa.
Bom, esses dias aqui, como disse no post anterior estão me servindo para aprender a lidar comigo mesmo. Tô aprendendo a valorizar coisas e pessoas... aprendendo a respeitar mais o pensamento alheio. Aprendendo a lidar com a indiferença e sendo indiferente. Dane-se! Tô sendo indiferente mesmo.

Serra do Mel. Só tinha ouvido e visto pela televisão. Lugar gostoso, cheiroso, clima maravilhoso. Pessoas simples... simples, bem simples mesmo, porém que vivem felizes. Casas de pau a pique, casa que parecem Lego (lembram desse brinquedo?). Paramos na Serra do Mel para tomar café, visto que saimos de casa bem cedo. Eu tomei o típico café preto com torrada, que aqui é bem diferente. É uma espécie de pão de hamburguer com queijo e molho rosê na chama que fica uma delicia.

Da Serra do Mel, partimos em direção a Cristovão... e mais uma vez eu pude perceber que Deus é realmente muito perfeito. Lugar MARAVILHOSO, de profunda reflexão. Juro que chorei quando fiquei olhando aquela paisagem linda, aquele pessoal feliz com o pouco que tinha (que pra eles é tudo), e eu fiquei pensando que, perto deles eu tenho tudo e mesmo assim eu reclamo. Como pode isso? Como posso ficar reclamando de um monte de coisas, que eu não tenho um biscoito todo dia pra comer se eles nunca tem. Se não bebo refrigerante, e eles, muitos deles nem sabem que isso existe. Que de vez em quando como a mesma comida e as vezes nem comida eles tem e quando tem, é peixe. Chorei, refleti e levarei isso pra minha vida. Isso que eu to falando, meu Deus... quanta coisa.
Lugares lindos, com povo simples e com muita felicidade. Felicidade que contagia, com um belo sorriso nos lábios, com o "se achegue homi" nos lábios sem saber quem eu sou... ai ai...

Saindo dalí, rumo em direção a Grossos. Tivemos que pegar uma balsa. Nunca tinha andado nisso. Medo. Deu um pânico, mas eu nao demonstrei. Bobeira né? Tinha que ter deixado as pessoas perceberem que estava com medo. Mais uma mentira ai. Mentira pra mim mesmo... do que adiantava esconder das pessoas que estava com medo se estava com medo? NADA! rsrsrs Olha que coisa idiota. Mentir por tão pouco... atravessamos e acabamos parando em umas dunas super altas. Resolvi subir. Quase morri. Muito alto, muito alto mesmo, muuuuuuuuuuuito, mas fui mesmo assim. Senhor, quão grande és Tu. Eu pude perceber quão pequeno eu sou e o quanto ele é enorme. Olhei pra um lado, pro outro e me senti como... hahahaha Nossa... hahaha sem explicação. Um frio na barriga me deu e resolvi me colocar no meu lugar de pequeno. Não sou grande da maneira que acho que sou. Minha auto suficiência ficou lá em baixo. Passamos por outros povoados que vivem dentro do mato literalmente, sem energia, sem agua, sem internet... fiquei pensando que eu morreria se ficasse em um lugar desse e acho que eles ao contrário tbm.

Chegamos aqui em Tibau e algo começou a passar pela minha cabeça. Sei que não agradei a todos aqui, principalmente aos mais novos, e sabe que, querendo ou não, o olhar fala, o corpo fala. Danes-se! Por isso que resolvi ser indiferente com quem está sendo indiferente comigo. Conversei com quem tinha que conversar e parei se ser o "simpático". Faço questão de ser simpático com quem é comigo, problemas... já falam que carioca é marrento mesmo, estava sendo.

Só sei que fomos parar no Ceará. Em um lugar inusitado, parecia que inexplorado e foi tão bom. Fui com pessoas que valiam a pena. Conheci outras que não quero esquecer, pois são simpáticos demais. Conversamos, comemos, bebemos, rimos, debochamos... a visão maravilhosa do mar, do escurecer... voltamos pra casa... e eu pensando em tudo. Recebi uma ligação que me fez rir muito... muito mesmo. estava precisando para ser mais feliz. Só me deu mais vontade de voltar pra casa! rsrsrs é isso... depois eu volto com mais novidades ou não...

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Como tirar da cabeça aquilo que está no coração? IMPOSSÍVEL....

Ao mesmo tempo que é estranho é bem engraçado. Juro que eu não queria vir aqui no blog escrever algumas coisas. Procurei caneta e não encontrei em lugar nenhum na minha mochila, mas eu juro que tinha colocado na minha bolsa antes de sair de casa, mas tudo bem, não tem problema não. Estou indo para o meu quarto dia aqui, tão tão distante de casa... juro que ainda não pesquisei quantos quilômetros lá de casa até aqui, mas eu posso garantir que é muito, muito longe mesmo. O motivo da vinda era tentar se desligar um pouco de tudo aquilo que estava me tirando um pouco o ar. Tanto na minha vida profissional quanto na minha vida pessoal. Minha decisão foi aqueles de supetão... de repente resolvi juntar o dinheiro que eu não tinha pra poder vir pra cá. Lógico que, como qualquer ser humano eu pensei e repensei se ia valer a pena vir pra cá. Coloquei na balança o que valia e o que não valia a pena, e mesmo assim acabei vindo. Meus amigos, aqueles que me conhecem bem falaram que eu não ia aguentar ficar nem 5 dias aqui, e eu disse que eles iam morder a língua, mas posso confessar que eu mesmo estava acreditando neles, mas eu tinha que fazer a linha durão. Abri mão então de um monte de coisas como por exemplo a minha própria cama, o carinho dos meus pais, o amor dos meus amigos... enfim... abri mão. Chegando no aeroporto, mil coisas passaram na minha cabeça, ainda mais que fiquei sozinho lá esperando a hora de fazer o check-in (não estava contando ficar tão só lá). Ao entrar no avião, percebi a loucura que estava cometendo... mas eu não estava disposto a esquecer algumas coisas que deixei? Então eu vim... cheguei aqui, já estavam me esperando e fui muito bem recebido. Tudo muito estranho. Ao mesmo tempo que era bom, era estranho... ao mesmo tempo que eu conhecia muito todo mundo eram como se fossem pessoas desconhecidas. 17 anos longe não são 17 meses, não é? Um quarto só pra mim. Um quarto só pra mim e com cama de casal. Um quarto só pra mim, com cama de casal, com o meu computador e a minha internet. Me tranquei aqui. Algumas pessoas novas no pedaço que só as conheci por foto quando ficava sabendo que alguém daqui estava pra ganhar bebê. Sentia que eu era um estranho aqui dentro, e não deixava de ser pra eles, não é? Me perguntava a todo momento: "O que eu estou fazendo aqui?". No mesmo dia que cheguei, um amigo de infância resolveu aparecer aqui e foi o melhor momento. Era como se nada estivesse mudado entre nós. Parecia que estávamos continuando de onde paramos... que vontade que me deu de chorar... que saudade que eu estava daquele abraço amigo, daquele carinho de um amigo verdadeiro. Conversamos, saimos, rimos, relembramos fatos, momentos... como foi bom... sabe aquele sentimento de alívio? Fui descobrindo o que realmente eu vim fazer aqui. Voltei pra casa! Me tranquei no quarto. Estava sendo assim até hoje. Chegava, me trancava no quarto, ligava o computador e queria saber tudo o que estava acontecendo na minha cidade, nesse tempo que estou distante. Meu pai sempre me diz que "quem procura, acha", e foi exatamente o que aconteceu. Fiquei sabendo de coisas que de verdade mexeram comigo, com a minha mente e com o meu coração. Descobri que um sentimento que eu tinha por um certo alguém ainda me balançava e quando soube de uma notícia, tentei me manter forte on line, mas na realidade, estava em lágrima e ao mesmo tempo com raiva. Como pode isso? Com que direito eu estava daquela maneira? Fiquei pensando nisso a noite inteira, não consegui prestar atenção no que estava ao meu redor. Sem nenhuma necessidade... mas o que podemos fazer com o nosso coração. Bem que já está bem escrito que "o coração do homem é enganoso", e isso se afirmou mais uma vez. Mas, lembra que eu tinha dito que eu estava querendo esquecer algumas coisas? Pois é.... mas descobri também que não adianta correr pro lugar mais longe, tentar esquecer pessoas ou coisas que não estão em sua mente, e sim no seu coração. Ferrou! Essa é a realidade, que goste ou não! É essa a realidade e ponto. A música mais tocada aqui é a que mais me lembra um certo alguém: "...Eu to apaixonado, eu tô contando tudo e não to nem ligando pro que vão dizer, amar não é pecado e se eu estiver errado, que se dane o mundo, eu só quero você..." Em todo canto eu estava ouvindo essa música. No carro, no mercado, no shopping, nessas bandinhas bregas (que por aqui tem muito), nos comerciais de tv, nos toques de celular, na boca das pessoas... esquecer? Pra que esquecer? Então, eu descubro que o nome da Rua onde estou é igual! Mentira né? Só pode ser sacanagem... não acho que seja sacanagem... ou acho? Ahhh po, não sei... Tudo bem, me conformei... bola pra frente né? Resolvo andar na cidade a pé e sozinho. Tão legal! Liguei pra minha mãe: "Mãe, saudades. Vamos conversar pq eu to andando aqui pela rua. Mãe, muita coisa mudou, tudo muito diferente, puxa mãe, era pra senhora estar aqui"...... silêncio absoluto e lá no fundo eu começo a ouvir... "eu to apaixonado, eu to contando tudo e não to nem ligando pro que vão dizer..." e o som vai aumentando, aumentando, aumentando... pronto! Era um carro que passou... "Renê, vc ainda está ai?" "Tô sim mãe, desculpe. É que a ligação ficou ruim e eu não estava te ouvindo." A ligação ficou ruim? Claro que não.Que mentira idiota. Pior de tudo é que eu estava mentindo pra mim mesmo, mas tudo bem. Tudo bem nada... mas o que fazer quando se está nessa situação? Quando alguém descobrir, me conta, por favor.
Chego em casa, tomo um banho, me tranco no quarto e milhões de notificações no Face. Uma amiga minha me falando um monte de coisas que eu devo fazer aqui pra tirar a mente da minha cidade. Fiquei relutando comigo mesmo, e analisando bem friamente, ela estava certíssima. Resolvi fazer o que ela tinha proposto, e estava começando a dar certo. Comecei a ver o Jornal Hoje e estava dando uma reportagem em uma das cidades daqui... e qual era o nome da cidade? Soltei um "puta que pariu" bem alto. Não acreditei e vim ao Google pesquisar. Não é que é verdade?

Com isso tudo, resolvi parar de querer tirar da cabeça o que está no coração. Um monte de coisas, um monte de pessoas ainda estão no meu coração. Sentimentos ainda estão no meu coração: revolta, angústia, raiva, ódio, amor, alegria, saudade.... é isso mesmo, uma salada, o samba do crioulo doido.. Nada posso fazer! Nada mesmo! Resolvi viver. Resolvi aproveitar de outra maneira. Não adianta querer se desligar de algo que ainda está bem vivo dentro de mim. NÃO ADIANTA! Estou aprendendo a lidar com todo tipo de situação. Tudo é uma questão de equilíbrio. Estou com saudades de um monte de coisas e um monte de pessoas. Mas ainda não é aquela saudade desesperadora não. O msn ainda está suprindo.

Mas tenho prazer em vir correndo aqui pra conversar no msn, pra falar no telefone....
Está me servindo de lição mais uma vez essa situação. Tudo está sendo um aprendizado nesse tempo aqui. Aprendo a lidar com a distância, aprendo a lidar com o novo, aprendendo a lidar com o banho frio, aprendendo a lidar com a saudade, aprendendo a lidar com a indiferença. Semana santa está chegando... como será? Sei lá... espero que seja bem boa. Ah, tá bom! Não vou tentar mais esquecer nada e nem ninguém. Um amigo meu mandou eu esquecer as coisas e viver a minha vida aqui. Eu to vivendo... mas estou percebendo que não consigo, e mais ainda, não quero viver longe de pessoas (e ele é uma dessas pessoas que não abro mão). Não abro mão dos meus pais. Não abro mão dos A.M (Amigos Antigos) e não abro mão dos Zamiguins. Não abro mão daquilo que, no momento, tem sido a minha maior preocupação. Enfim... até breve!